Segundo dia do Santos Film Fest celebra o audiovisual com homenagem e exibições especiais

Carol Castro e Julia Rezende compartilham suas trajetórias, enquanto Sérgio Rezende, Bete Mendes e Dandara Ferreira destacam suas obras em um dia repleto de debates e exibições cinematográficas

Na manhã desta quarta-feira (19), o Novotel foi palco do segundo dia do Santos Film Fest, marcando a presença da atriz Carol Castro e da diretora Julia Rezende. As duas participaram de um bate-papo, mediado por Laura Canepa, que percorreu desde a infância até a noite de abertura do festival, quando ambas receberam honrarias.

Durante a conversa, as homenageadas revisitaram suas infâncias e as coincidências que moldaram suas trajetórias que as conduziram à paixão pelo audiovisual. “Eu fui aluna do meu pai, ter crescido no set de cinema, e ver ontem todas aquelas imagens foi uma retrospectiva muito emocionante”, declarou Carol. “Nossos pais eram amigos, e meu pai é meu maior exemplo, assistir ele trabalhar me fez querer trabalhar com cinema”, acrescentou Rezende.

A diretora expressou também sua opinião a respeito do momento atual da cultura no país: “Ainda estamos tentando nos recuperar do desmonte da cultura, estamos lutando por isso e buscamos uma inclusão sobre isso”.

A atriz carioca por sua vez, expressou sua opinião acerca das pessoas que, embora tenham muitos seguidores nas redes sociais, não possuem o registro profissional (DRT), e ainda assim, ocupam espaços no meio audiovisual. “Vários contatos que eu fiz profissionais foi através da Internet, mas precisamos chegar num caminho que o talento venha primeiro que os números de seguidores”. diz a atriz.

Já Rezende, ao ser questionada pela plateia sobre como aprimorar e ter destaque no meio audiovisual, comenta “Temos que nos juntar com pessoas que topem filmar juntos, embarcar numa ideia, foi assim que eu comecei, fazendo função diferentes nos filmes dos nossos amigos”.

Em seguida, às 14h, Sérgio Rezende compareceu à sala de cinema do Roxy para prestigiar sua obra e seu público com o média metragem “Sertão Sertões”, que trata sobre o deslocamento das populações rurais para os grandes centros urbanos e, do outro lado, a expansão das fronteiras agrícolas brasileiras. Inspirada nas obras de dois clássicos da literatura brasileira, Os Sertões, de Euclides da Cunha e Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa.

“Minha geração anterior começou a fazer filme muito cedo, e eu 23, 24 anos ainda não tinha feito um longa, pensava que era questão de honra fazer, então eu fiz. Hoje o ritmo é diferente os diretores são só diretores, na minha época você era multifuncional, as coisas eram mais ‘artesanais’. compartilha Sérgio.

Ao ser questionado sobre a digitalização no cinema, o diretor relata “Ajudou a complicar tudo né? Antes tinham um pra cada função, agora tem mais, não sei o que acontece era pra ser simplificado e dificultou”.

O longa-metragem “Meu Nome é Gal” foi exibido na Universidade Católica de Santos. Em sequência, aconteceu um bate-papo com a diretora do filme, Dandara Ferreira, mediado pelo professor universitário Eduardo Cavalcanti.

Durante a discussão, Dandara foi indagada diversas vezes e revelou que o filme teve sua gênese em 2017, quando foi convidada por Gal Costa para realizar o projeto, após o lançamento da série na HBO sobre a cantora.

Gal sempre solicitava que a diretora a surpreendesse, mas infelizmente não pôde assistir ao longa, pois faleceu em novembro de 2022, antes do lançamento do filme.

No período da noite, também no Cine Roxy, a atriz Bete Mendes e o diretor Diego dos Anjos bateram um papo com os espectadores do curta metragem “Esta Noite Seremos Felizes”. A atriz santista foi homenageada pelo festival. “Estou muito feliz e agradecida a vocês, e muitos vivas ao 10° Santos Film Fest e eu quero estar aqui no 11°, 12° 13°”, disse sorrindo após receber o troféu.

E na Cinemateca de Santos, localizada no bairro do Campo Grande, ocorreu a primeira exibição da Mostra Humanidades. Os filmes que passaram pelo local fundado por Maurice Legeard, foram Ato Final (2023) de Roberta Fernandes, As aguas que correm (2023), de Julien Heurtier e O Alecrim e o sonho (2022), de Valério Fonseca.

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